Síndrome de Sjögren: sintomas, diagnóstico e tratamento

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Síndrome de Sjögren: sintomas, diagnóstico e tratamento

A Síndrome de Sjögren é uma doença autoimune crônica que que afeta as glândulas produtoras de lágrimas e saliva, causando secura dos olhos e da boca. Além disso, a síndrome pode acometer outros órgãos como as articulações, a pele, os pulmões, os rins e o sistema nervoso.

A Síndrome de Sjögren é uma doença reumática inflamatória pouco frequente. Estudos mostram que  dois em cada mil brasileiros podem ser acometidos pela doença, que se manifesta mais em mulheres do que homens, especialmente entre 40 e 60 anos. Pacientes com outras doenças reumáticas, tais como a artrite reumatoide e o lúpus eritematoso sistêmico são mais propensos a desenvolverem Sjögren.

As causas da síndrome, também chamada de síndrome de  Síndrome de Goujerot-Sjögren ainda são pouco conhecidas. A Ciência já descobriu que existe uma predisposição genética que pode ser estimulada a partir de fatores ambientais como infecções virais, além de alterações hormonais e emocionais.

 

Sintomas da Síndrome de Sjögren

Os principais sintomas observados são olhos secos e/ou boca seca. O olho seco pode manifestar- se como uma sensação de areia, dor, queimação ou vermelhidão. A boca seca pode levar à dificuldade para mastigar e engolir alimentos sólidos como pão, biscoitos, carnes, frutas e verduras,com necessidade inclusive de ingestão de líquidos para facilitar a deglutição.

Os pacientes também podem apresentar sintomas de secura na pele, nas vias aéreas e mesmo na vagina. Sensações de cansaço, fadiga, dores nas juntas e artrites são frequentes. Órgãos importantes como os rins, pulmões, vasos, fígado, pâncreas e cérebro podem ser acometidos, mas é raro.

É importante porém frisar que os sintomas de secura dos olhos e da boca são bastante comuns e nem sempre vão representar a presença da doença. Diversos medicamentos inclusive os usados para o tratamento de pressão alta, depressão, resfriados e alergias, infecções e outros problemas oculares e orais podem causar esses mesmos sintomas. Será necessária a avaliação médica para o diagnóstico preciso.

 

Diagnóstico

A síndrome de Sjögren não é uma doença de fácil diagnóstico por causa da multiplicidade de seus sintomas. Um diagnóstico preciso deve ter por base um levantamento minucioso da história do paciente, exame clínico cuidadoso e o resultado de exames laboratoriais de sangue e de imagem, como a sialografia, a ultrassonografia e a cintilografia salivar.

O médico deve solicitar ainda exames oftalmológicos, como o teste de Schirmer para medir a produção de lágrimas, e o de Rosa Bengala para avaliar danos que o ressecamento possa ter gerado na córnea. Uma  biópsia glândulas salivares menores do lábio pode ser feita para constatar células inflamatórias e a presença de autoanticorpos produzidos pelos linfócitos B.

 

Tratamento

A síndrome de Sjögren é uma doença crônica e ainda não se conhece a cura para essa desordem autoimune que afeta as glândulas exócrinas. Seu tratamento é sintomático e de suporte. O objetivo é reduzir o risco de complicações e preservar a qualidade de vida.

Boca na seca – as medidas podem ser paliativas como beber pequenos goles de água em intervalos curtos durante o dia, mascar chicletes, pastilhas sem açúcar. Muitos pacientes têm boa resposta à pilocarpina, medicamento que ajuda a aumentar a secreção de saliva, mas com efeitos colaterais desagradáveis. O cuidado com a higiene bucal deve ser redobrado, já que a diminuição da produção de saliva facilita a proliferação de bactérias na boca e consequentemente o surgimento da cárie dentária.

Secura nos olhos – o uso de colírios lubrificantes e as chamadas as lágrimas artificiais, garantem um efeito mais prolongado diminuindo o ressecamento. Outro recurso terapêutico é a oclusão permanente ou temporária do ponto lacrimal, a fim de reter a lágrima por mais tempo no olho. Colírios anti-inflamatórios ou imunomoduladores (ciclosporina) ajudam a controlar a inflamação e os efeitos do processo imune no globo ocular.

Como não existe um padrão típico da doença, cabe ao médico selecionar o mais adequado para cada caso. De maneira geral, os medicamentos mais utilizados são os analgésicos comuns de venda livre e os anti-inflamatórios não esteroides (AINES) que possuem ação analgésica e anti-inflamatória. Os corticosteróides, como a prednisona, por seu potente efeito anti-inflamatório e ação nos processos autoimunes, quando preciso, devem ser usados em baixa dosagem e por tempo determinado por causa dos efeitos colaterais.

 

 

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