A artrite reumatoide é uma doença caracterizada pelo ataque das próprias células de defesa do organismo às articulações do corpo. Sem o devido tratamento, a doença causa dores, deformidades nas juntas e até incapacidade física. Esse é o caso do famoso pintor francês Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), que sofreu severamente com as manifestações da artrite reumatoide durante grande parte de sua vida.

Dados sobre a enfermidade apontam que ela atinge cerca de 1% da população, independentemente de sexo ou idade. Até mesmo crianças podem apresentar o problema. Entretanto, os estudos verificaram que ela é mais comum em mulheres na faixa etária dos 50 anos de idade e pessoas, em geral, cujo algum caso já tenha se apresentado na família.

A artrite reumatoide é uma doença autoimune, ou seja, não é causada por um fator externo. Nela o sistema imunológico, que tem a função de proteger o nosso organismo de vírus e bactérias, acaba por atacar os tecidos do próprio corpo, mais especificamente, a fina membrana que reveste as articulações, chamada de membrana sinovial.

A artrite reumatoide pode iniciar com apenas uma ou poucas articulações inchadas, quentes e dolorosas (artrite ou sinovite), geralmente acompanhada de rigidez para movimentá-las no período da manhã ou após longos períodos em repouso e que pode durar horas até melhorar.

Mãos e pés são as áreas de maior incidência da doença, mas ela pode acometer outras articulações, tais como joelhos, tornozelos, ombros e cotovelos, além de outras partes do organismo, como pulmão, olhos e coluna cervical. Essas manifestações extra-articulares, em regiões que não sejam articulações, estão relacionadas ao pior prognóstico da patologia.

Caso o paciente diagnosticado não seja submetido à terapia adequada, a persistência da inflamação pode ocasionar o comprometimento das articulações, causando deformidades e limitações nas atividades rotineiras.

Causas da artrite reumatoide

Apesar dos avanços nas pesquisas, a causa da artrite reumatoide ainda é desconhecida. Porém, a maioria dos cientistas concorda que a combinação de fatores genéticos e ambientais é a principal responsável.

Estudos sugerem que agentes infecciosos, como vírus ou bactérias, podem provocar a doença em quem apresenta predisposição genética. A isso, soma-se à resposta do organismo ao estresse, decorrente de trauma físico ou emocional.

Estudos apontam ainda que fatores hormonais também estão relacionados com a artrite reumatoide. Talvez, isso justifique o fato de a doença ocorrer três vezes mais em mulheres e apresentar melhora clínica no período da gestação.

Tratando a artrite reumatoide

Como ainda não há cura para a artrite reumatoide,  o tratamento da doença tem como objetivo reduzir a inflamação articular e a dor, maximizar a função articular, evitar a destruição das articulações e a deformidade dos membros. A intervenção médica precoce é importante para a melhora dos resultados.

O tratamento é personalizado de acordo com diversos fatores. Entre eles: atividade da doença, tipos de articulações envolvidas, saúde geral, idade e ocupação do paciente. A terapia envolve uma combinação de medicamentos, exercícios de fortalecimento, proteção articular e educação do paciente e de sua família. A recuperação é mais bem-sucedida quando há uma estreita cooperação entre o médico reumatologista, o paciente e os familiares.

SAIBA +

• O tratamento medicamentoso varia conforme a atividade da doença e hoje dispomos de uma grande opção terapêutica, variando desde de anti-inflamatórios, corticoides, imunossupressores até as novas terapias, como os imunobiológicos.
• A terapia inicial normalmente se faz com anti-inflamatórios ou corticoides para controle da inflamação da articulação. Porém, deve ser utilizada pelo menor tempo possível.
• A terapia principal utilizada são os imunossupressores (drogas que diminuem a imunidade). Dentre as mais comumente utilizadas são: Hidroxicloroquina, Metotrexate, Leflunomida e Sulfassalazina.
• Mais recentemente surgiram os medicamentos chamados imunobiológicos, que são terapias imunossupressores biológicos para tratamento da artrite reumatoide. São reservados para casos mais graves refratários ao tratamento convencional com os imunossupressores tradicionais.